terça-feira, 4 de dezembro de 2012

CAJUEIRO INCLINADO PARA O CÉU CLAMANDO POR CHUVA PARA NÃO DESFALECER.


POEMA VELHO AMIGO CAJUEIRO

 

VELHO AMIGO CAJUEIRO

Velho amigo cajueiro,

o que estar acontecendo?
Que do chão de minha serra,

estás desaparecendo.


Não te vejo como outrora, 
tão belo e frutificado,
te vejo seco ao relento,
como um ser abandonado.

Não esqueço dos bons tempos, 
que eras verde e florado,
mas,pela ganancia humana,
ficastes desfigurado.

cajueiro,amigo velho, 
lá do meio do roçado,
que serviu pro agricultor,
repousar do seu enfado.

No tronco do cajueiro, 
lá estava todo o dia,
a moringuinha d,água,
que o roceiro bebia.

cajueiro camarada, 
amigo dos passarinhos,
que em ti faziam alvorada,
e construíam seus ninhos.

Mas, amigo cajueiro, 
basta só eu me lembrar,
daquelas safras produtivas,
quanta saudade que dar!
A saudade bate forte,
e eu me ponho a chorar.

Você lembra cajueiro? 
Dos anos de produção.
Quanta renda tu gerastes,
para tantos cidadãos.
Para homem,pra mulher,
meninos em mutirão,
que apanhava o teu fruto,
que caia sobre o chão.

Depois do fruto colhido, 
o mutirão se juntava,
descastanhava o caju,
e a castanha separava,
era o caju para o suco,
e com a castanha lucrava.

A castanha era exportada, 
e o caju era moído,
recursos que eram gerados,
do cajueiro querido.

Na tua safra cajueiro, 
quanta renda que gerava!
Tanto para o seu dono,
como pros que cultivavam.

Mas amigo cajueiro, 
estás se tornando extinto.
E deixando a saudade,
que agora no peito sinto.

ninguém senta,velho amigo, 
para falar por você.
O homem ignorante,
não quer mais lhe defender.

Não se ver mais mutirão, 
Como no tempo passado,
pois quando menos se espera,
a safra tem acabado.

eu recordo,cajueiro, 
que eras tão fulorado,
completo de maturi,
em seus galhos pendurados,
e o hoje vejo seus pedaços,
por caminhões carregados.

ADEUS,pobre cajueiro! 
Que tanta fome matou,
que trouxe tanto recurso
e tanto emprego ofertou.

Cajueiro, de você, 
eu levo minha lembrança.
porém de te resgatar,
não tenho mais esperança,
pois fostes vítima do homem,
que te trocou por ganancia.

Autor: Chagas gomes 


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