sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Como combater a mosca branca que está atacando o cajueiro da Serra do Mel RN.



                                                                                                                         



Embrapa Meio-Norte e a Universidade Federal do Piauí testaram o uso de três óleos vegetais (mamona, nim e soja) no controle de ovos e ninfas da mosca-branca-do-cajueiro (Aleurodicus cocois). A avaliação apresentou eficiência no controle de ovos da mosca-branca de 70,7% e 45,9%, entre o quinto e o vigésimo dia após a aplicação. Os mesmos bioinseticidas alcançaram sobre as ninfas percentual de controle acima de 91,0%, entre o segundo e o quinto dia após a aplicação.
O experimento ocorreu no campo e em laboratório com o clone de cajueiro CCP 76, de 5 anos. A solução foi preparada sempre com 2 litros de cada óleo vegetal para 100 litros de água. Para a aplicação, usou-se pulverizador costal motorizado, equipado com tanque munido de agitador constante para maior homogeneização possível da mistura, gastando-se dois litros por planta de forma a cobrir toda a superfície foliar.
O teste revelou outro aspecto importante. O cultivo do cajueiro no nordeste brasileiro, além da produção da castanha, pseudofrutos e derivados, está ligado à criação de abelhas e produção do mel. Logo, nos três tratamentos, foram considerados possíveis efeitos sobre a toxicidade sobre Apis mellifera. Ao contrário do controle químico da mosca-branca-do-cajueiro, as abelhas não foram afetadas pela aplicação de nenhum dos três óleos.
De acordo com especialistas, a ocorrência da mosca-branca-do-cajueiro já foi relatada nos Estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. No Ceará, é considerada de importância econômica desde 1977 e, no Piauí, desde 1978.


Mosca-branca-do-cajueiro tem controle ecológico (14/01/2009)
Ações do documento
Foto Embrapa Meio Norte
 Mosca-branca-do-cajueiro tem controle ecológico
Um estudo coordenado pelo entomologista Paulo Henrique Soares comprovou que  os óleos de mamona, de nim e de soja são eficientes no controle   da mosca-branca-do-cajueiro, que tem  destruído grandes plantações no Nordeste.

Os experimentos com os óleos vegetais revelaram uma eficiência de 46,1 por cento a 72,1 por cento no controle de ovos da mosca-branca entre o quinto e o vigésimo dia após a aplicação. Uma eficiência ainda maior foi apresentada no controle da ninfa (estágio jovem da mosca-branca ) : 91,4 por cento a 92,5 por cento entre o segundo e o quinto dia depois da aplicação dos óleos.

Ciclo da praga 
A mosca-branca-do-cajueiro faz estragos na cultura   em 36 dias. Nesse período ela passa pelas fases de ovo, ninfa e adulto. Nesta última, ela sobrevive cerca de 16 dias. Nas fases de ninfa e adulta, de acordo como o pesquisador, ela se alimenta da seiva da planta e injeta também toxinas. As fezes adocicadas da mosca-branca depositadas nas folhas do cajueiro servem de substrato para o desenvolvimento de fungos de coloração escura, que interferem na fotossíntese e respiração da planta, provocando danos.

As pesquisas da Embrapa Meio-Norte que contaram  com os pesquisadores Jociclér Carneiro , Maria Teresa do Rego,  e teve apoio da  estagiária Maria de Jesus Passos, revelam que o ataque da mosca-branca aos cajueiros do Nordeste, principalmente no semiárido, é mais intenso na seca. E é nesse período que começa a reprodução da planta, com o surgimento das flores e o desenvolvimento da castanha e do pendúnculo. É também nesse período que as abelhas visitam as flores do cajueiro para a coleta de néctar e pólen, contribuindo, assim, na polinização das flores.

Os pesquisadores concluíram que a aplicação de agrotóxicos na tentativa de controlar a mosca-branca é de “extremo perigo”. É que não existe no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento agrotóxico com registro específico para o controle da mosca-branca. Os agrotóxicos registrados para o combate às pragas do cajueiro são extremamente tóxicos às abelhas.

Nativo do Nordeste
Rico em vitamina C, o caju é nativo do Nordeste brasileiro. A denominação caju vem de “Acaiu”, que no dialeto Tupi significa fruta amarela. Mas ele é encontrado também com a coloração vermelha e manteiga. A amêndoa, ou castanha, beneficiada, é quem movimenta a cajucultura interna e responde por uma boa fatia da pauta de exportações do agronegócio brasileiro.

Segundo dados do IBGE, em 2006 o Brasil produziu 243.770 toneladas de castanha. Deste total, o Nordeste foi responsável 241.518 toneladas.  O Ceará foi o maior produtor, com 130.544 toneladas de castanha. Os cearenses respondem também pela maior área plantada: 371.032 hectares. O Rio Grande do Norte conquistou o segundo lugar na produção, com nada menos do que 47.862 toneladas de castanha. Lá, a área plantada foi de 114.754 hectares. O estado do Piauí ocupa a terceira posição no ranking. Produziu 41.853 toneladas de castanha, e venceu o Rio Grande do Norte em área plantada: 159.389 hectares.

Fernando Sinimbu ( 654 MTb/PI)
Contatos:(86) 3089-9118
fernandosinimbu@cpamn.embrapa.br
Embrapa Meio-Norte

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