quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Além do coice, a queda!


Além da maior seca dos últimos quarenta anos, o produtor rural da Serra do Mel, enfrenta as pragas que atacam o principal meio de sobrevivência do serramelense, que é o cajueiro. A mosca branca e as demais pragas atacam severamente o plantio de cajueiro da Serra do Mel, podendo até desimar um grande percentual das mais de 25mil hectares de cajueiro. Sem que nenhuma decisão de governo seja tomada, deixando assim a população aterrorizada com essa perspectiva de perca total da sua principal fonte de renda que é a produção de castanha.

Praga da mosca-branca: solução à vista para os cajueiros
 




















Pesquisa da Uenf indica eficácia de mistura de óleo vegetal com água
Pesquisa da Uenf indica um horizonte para o controle da praga da mosca-branca, que arruinou os cajueiros de São João da Barra e outros municípios do Norte Fluminense nos últimos dois anos. Em pesquisa de mestrado orientada pelo professor Richard Ian Samuels, Laerciana Pereira Vieira testou vários produtos facilmente encontrados no mercado e concluiu que a aplicação de um óleo vegetal misturado com água conseguiu combater 56% da praga num prazo de três dias.
O óleo é conhecido como natur’oleo e foi utilizado na proporção de 1%. O trabalho foi apresentado como dissertação de mestrado em Produção Vegetal nesta sexta, 14/12, na Uenf. Os experimentos foram desenvolvidos tanto no Laboratório de Entomologia e Fitopatologia (LEF) da Uenf, quanto em uma propriedade agrícola na localidade de Campo Novo, em São João da Barra.
Além dos resultados imediatos, o estudo de Laerciana abre nova frente de pesquisas para o controle da praga. Por exemplo, uma mistura de água com sabão neutro a 10% (máximo permitido pelas normas da agricultura) eliminou 45% das moscas-brancas. Laerciana chegou a testar uma combinação de todas estas misturas, mas o resultado não foi bom.
— O que me animou bastante nesta pesquisa é que a mistura com o óleo vegetal fica bem barata para o produtor, já que o produto é vendido em qualquer casa de produto rural e é utilizado em baixa escala. Os produtores podem comprar apenas um litro e dividir para vários, diminuindo ainda mais o custo.
Na pesquisa, Laerciana utilizou 2 ml de natur’l óleo misturado a 200 ml de água. A literatura técnica admite uma dosagem de até 5% sem que haja danos à planta, mas a mistura a 1% teve o mesmo resultado.
A intenção da pesquisadora agora é difundir sua pesquisa para que o combate seja total. Segundo ela, os resultados animaram os produtores que tomaram conhecimento da pesquisa, que têm no caju uma renda extra durante o período em que a fruta está apta para a extração.
— Aqui na região, a planta é apenas para extrativismo, ao contrário da Região Nordeste, onde estão os estados que são os maiores produtores de caju do Brasil. Então, com esta pesquisa espero que no início do próximo ano já tenhamos uma boa colheita — completa Laerciana.
Praga também ataca outras culturas
As moscas brancas são fitófagas (alimentam-se de plantas) e importantes pragas na agricultura. Elas atacam outras plantações, além do cajueiro, mas no Norte Fluminense (principalmente em São João da Barra, um dos maiores produtores da região) foram responsáveis pela perda de cerca de 100% da produção de caju nos últimos anos.
Segundo a mestranda Laerciana Pereira Vieira, trata-se de uma praga bem complicada, porque produz uma camada de cera intensa, além de ser um inseto sugador. A mosca branca coloniza a parte de baixo da folha e produz uma substância açucarada que proporciona o desenvolvimento de um fungo fitopatogênico conhecido como “fumagina”. Este fungo também contribui para mortalidade do cajueiro, pois tanto a mosca-branca quanto o fungo não permitem que a planta faça a fotossíntese. Sua ação é tão intensa que ela chega a matar uma árvore inteira, como ocorreu em São João da Barra.
Outro fator que dificulta o combate às moscas brancas é que seu ciclo acontece várias vezes ao ano.
— Ela é uma praga que precisa ser combatida e espero que minha pesquisa seja o pontapé inicial para isto. Minha intenção foi voltada para os pequenos produtores que não têm condições de gastar tanto com produtos químicos, por isso a utilização de produtos que a gente encontra no mercado — finaliza.
Exemplo de diálogo entre produtores e cientistas
A busca de formas de controle da mosca-branca é um bom exemplo de interação entre produtores rurais e pesquisadores. Em maio de 2006 foi realizada a primeira de uma série de reuniões entre produtores rurais de São João da Barra e pesquisadores da Uenf.
O encontro foi realizado em 06/05/06, na localidade de Mato Escuro, e os objetivos eram diagnosticar o problema que dizimava os cajueiros e encontrar soluções. Pela Uenf, participaram pesquisadores e estudantes dos laboratórios de Entomologia e Fitopatologia (LEF) e de Engenharia de Produção (Leprod).
Na ocasião, a situação era tão alarmante que uma das propostas foi a implementação de uma poda generalizada e posterior queima do material, visando à redução na densidade populacional da praga e sua expansão para novas áreas. Outra possibilidade seria a substituição de cajueiros nativos por variedades resistentes à praga, o que, entre outras dificuldades, exigiria autorização dos órgãos ambientais.
 









Manejo integrado de pragas
Broca-das-pontas Anthistarcha binocularis Meyrick (Lepidoptera: Gelechiidae) é considerada uma das principais pragas do cajueiro, em razão do tipo de dano que ocasiona. Os ataques ocorrem, quase sempre nos ramos frutíferos, os quais secam, inviabilizando a formação de frutos.O adulto é uma mariposa pequena, de coloração cinza e asas esbranquiçadas. A postura dos ovos é feita nos ponteiros das inflorescências. Após a eclosão, as lagartas penetram no tecido tenro e movem-se em direção ao centro do galho formando galerias. A larva tem coloração amarelada e completa a fase de crisálida no interior do ramo atacado.

Figura 1. Galeria construída pela broca-das-pontas.
Sintomas
Murcha, seguida de seca das inflorescências, podendo haver ou não acúmulo de goma próximo ao orifício lateral de saída do adulto. Na maioria dos casos, ocorre quebra do ramo da inflorescência no orifício de saída do adulto. A lagarta, que pode ser encontrada no interior do ramo brocado, expele excrementos que demonstram sua presença. Esses sintomas permitem distinguir entre o ataque da praga e o da antracnose, que também causa a seca da inflorescência.
Controle
Apesar de os níveis de parasitismo natural serem baixos, até o momento já foram registrados três parasitas que controlam naturalmente essa praga, sendo um Bracon sp. (Braconidae), um Brachymeria sp. (Chalcididae) e uma espécie ainda não identificada, pertencente à família Bethylidae (Hymenóptera). O controle cultural dessa praga pode ser feito no início do ataque, podando e queimando os ramos ponteiros e as inflorescências atacadas. O controle químico deverá ser feito quando o grau de infestação for elevado, utilizando apenas inseticidas registrados para o cajueiro.

Figura 2. Murcha do ramo atacada pela broca-das-pontas.

Figura 3. Orifício de saída do inseto adulto da broca-das-pontas
Traça-da-castanha
Anacampsis phytomiella Busck (Lepidoptera: Gelechiidae) é considerada a principal praga dos frutos do cajueiro, por causa dos graves danos econômicos que causa, visto que a sua ação resulta na destruição da amêndoa.O inseto mede aproximadamente 13 mm de envergadura, apresenta coloração escura, com pequenas áreas claras nas asas. Próximo à fase de pupa, a lagarta apresenta 12 mm de comprimento e coloração rosa-clara com a cabeça preta. A colocação dos ovos é feita nos frutos e a pequena lagarta penetra na fase de maturi pela castanha, próximo da inserção com o pedúnculo, destruindo totalmente a amêndoa e tornando-a imprestável para a comercialização. Geralmente, encontra-se apenas uma lagarta por fruto.

Figura 4. Fase em que ocorre o ataque da traça-da-castanha.

Figura 5. Amêndoa destruída pela traça-da-castanha.
Sintomas
Antes de tornar-se pupa, a lagarta abre um orifício circular na parte final da castanha, por onde sairá depois o inseto adulto. A presença da praga, portanto, só é notada quando as castanhas apresentam o furo.

Figura 6. Furo na castanha feito pela traça-da-castanha.
Controle
O controle biológico natural, coletado em castanha, ocorre em níveis considerados baixos. O inimigo natural mais comumente encontrado é o parasita Brachymeria sp. (Hymenoptera: Calcididae). O controle químico deverá ser feito quando for detectado 5% de castanhas furadas, avaliadas por simples percentagem. Utilizar apenas inseticidas registrados para o cajueiro.
Pulgão-das-inflorescências
O pulgão Aphis gossypii Glover (Homoptera: Aphydidae) apresenta-se como uma importante praga do cajueiro, tanto pelo nível de população, como pelas conseqüências do seu ataque. Pelo fato de sugar intensamente a seiva, causa a seca e, conseqüentemente, diminui a quantidade de inflorescências viáveis por plantas, com reflexos diretos na produção. É um pequeno inseto de corpo mole, de movimentos lentos, podendo ter asas ou não. Sua cor varia de amarelo-clara ao verde-escura. Vive em colônias numerosas nas inflorescências e nos frutos jovens onde suga a seiva. Os insetos com asas são os responsáveis pela infestação da cultura.
Sintomas
O inseto, ao mesmo tempo em que suga a seiva da planta, solta uma substância açucarada denominada “mela”, que recobre, principalmente, as inflorescências e folhas, servindo de nutriente para o crescimento da fumagina, que é um fungo de coloração negra. As inflorescências atacadas murcham e podem secar. A presença de colônias de pulgões, o aparecimento de inúmeras películas brancas, o surgimento de "mela" e fumagina sobre as folhas, panículas e maturis revelam o ataque da praga.
Controle
O controle natural deste inseto é feito pelo Scymnus sp., que são comumente encontradas em colônias dessa praga. O controle químico deverá ser feito quando o grau de infestação aumentar, utilizando apenas inseticidas registrados para o cajueiro.

Figura 7. Pulgão sugando seiva nos maturis.
Tripes-da-cinta-vermelha
Normalmente, este inseto, Selenothrips rubrocinctus Giard (Thysanoptera: Thripidae) aparece nas épocas de estiagem. O adulto apresenta coloração preta, medindo 1 mm de comprimento. As formas jovens (ninfas) são, em geral, amareladas, com os dois primeiros segmentos abdominais vermelhos. A fêmea introduz os ovos sob a epiderme da folha e cobre-os com uma secreção que se torna escura ao secar. O ciclo completo dessa praga é cerca de 30 dias.
Sintomas
O inseto ataca, principalmente, a face inferior das folhas, preferindo as de meia idade. Ataca também ponteiros, inflorescências, pedúnculos e frutos. As partes atacadas tornam-se amareladas a princípio, passando depois para uma coloração marrom-clara, com tonalidades bronzeadas. Ataques severos causam ressecamento e queda intensa das folhas, diminuindo a área foliar da planta, ocorrendo também secamento da inflorescência.
Controle
O controle deverá ser feito, utilizando-se apenas inseticidas registrados para o cajueiro, tendo o cuidado de dirigir o jato, durante a aplicação, para as partes inferiores da folha.

Figura 8. Colônia de tripes-da-cinta-vermelha na face inferior da folha.

Figura 9. Bronzeamento da folhas em função do ataque de tripes.
Mosca-branca
Atualmente, a mosca-branca Aleurodicus cocois (Homoptera: Aleyrodidae) encontra-se espalhada por todas as regiões produtoras de caju. Contudo, seu ataque se inicia a partir de pequenos focos de infestação, em número reduzido de plantas, os quais podem se estender para todo o pomar.A forma adulta deste inseto assemelha-se muito a uma pequena borboleta, de cor branca. São insetos com quatro asas, medindo 2 mm de comprimento e 4 mm de envergadura. As ninfas são achatadas, ficam presas às folhas e medem 1 mm de comprimento; possuem coloração amarelada, semelhante a cochonilhas e encontram-se envolvidas e rodeadas por uma espécie de cera branca, que pode recobrir toda a folha atacada.
Sintomas
Presença de colônias de insetos envolvidos por uma secreção branca (cera) na face inferior da folha, e ocorrência de fumagina na face superior da folha. O ataque inicial é marcado pela cera em forma de círculos, aproximadamente regulares, feitos pela fêmea na parte inferior da folha. Os ovos são depositados nesses círculos, que ficam recobertos pela cera.
Controle
O controle deverá ser feito, utilizando apenas inseticidas registrados para o cajueiro, tendo o cuidado de dirigir o jato para as partes inferiores da folha.

Figura 10. Inicio do ataque de mosca branca na face inferior da folha.

Figura 11. Ataque generalizado de mosca branca.
Percevejos dos frutos
Existe um complexo de percevejos que visita o cajueiro, principalmente, durante a fase de frutificação, alimentando-se de folhas, castanhas e pedúnculo.
Descrição do inseto
Sphictyrtus chryseis Lichtensteinard, (Hemiptera: Coreidae), quando adulto mede cerca de 16 mm de comprimento, possui cabeça avermelhada e olhos pretos interligados por uma faixa preta na extremidade posterior da cabeça. A parte inicial do tórax do inseto é verde brilhante, delimitado por duas faixas avermelhadas nas extremidades anterior e posterior. Um outro percevejo, Crinocerus sanctus Fabricius, (Hemiptera: Coreidae), quando adulto mede 17 mm de comprimento e apresenta uma coloração amarelo-terra. Os fêmures do último par de pernas são robustos e salpicados de tubérculos pretos, saindo de cada um deles um espinho da mesma coloração.Ainda há um outro percevejo, Theognis (= Leptoglossus) stigma Herbst, (Hemíptera: Coreidae), que apresenta uma linha de coloração creme ou amarelada, transversal e em ziguezague.
Sintomas
Quando o ataque se dá em maturis pequenos, estes murcham e tornam-se pretos, com sintomas iguais à antracnose. Em maturis maiores, o sintoma é inicialmente visualizado na forma de uma mancha oleosa escura. Posteriormente, o maturi murcha e, por fim, assume aspecto mumificado, porém, permanece mole ou flexível. Em castanhas totalmente desenvolvidas, a mancha provocada pelo inseto, ao sugar permanece até a castanha estar seca.Os insetos podem, também, atacar brotações novas, pedúnculos e frutos, causando perdas de qualidade e de quantidade nos pseudofrutos e frutos.
Controle
O controle deverá ser feito, quando o grau de infestação for de 10% de frutos atacados, utilizando-se apenas os inseticidas registrados para o cajueiro.

Figura 12. Percevejos que atacam o cajueiro-anão precoce.

Figura 13. Danos nos frutos ocasionados por percevejos.
Larva-do-broto-terminal
As larvas deste inseto, cujo nome Stenodiplosis sp. = Contarinia sp. (Díptera: Cecidomyidae), atacam as gemas terminais; com a morte do broto, a planta emite novas brotações laterais que são atacadas imediatamente.
Sintomas
O principal sintoma é a formação de uma estrutura semelhante a um “repolhinho”, que abriga as larvas, na gema terminal do ramo. A inflorescência emitida, a partir de um broto atacado, é de pequeno tamanho, deformada e sem condição de se desenvolver e produzir.
Controle
O controle deverá ser feito, utilizando-se apenas inseticidas registrados para o cajueiro.

Figura 14. Remissão e ataque de larva-do-broto-terminal.

Figura 15. Sintoma de repolhinho causado pela larva-do-broto-terminal.
Diptero-das-galhas ou Verruga-das-folhas
Este inseto, Stenodiplosis sp. = Contarinia sp. (Diptera: Cecidomydae), ataca intensamente o cajueiro na época de lançamento da folhas novas e, principalmente, quando o fluxo foliar ocorre no período úmido. A fêmea faz a postura internamente no tecido vegetal, havendo a formação de pequenas esferas, onde vivem as larvas, que podem causar deformação e redução da área foliar. Há uma nítida preferência dessa praga pelas folhas mais jovens.
Sintomas
Aparecimento de galhas ou pequenas esferas com formato de verrugas nas folhas, de coloração alaranjada.
Controle
O controle deverá ser feito, utilizando-se apenas inseticidas registrados para o cajueiro.

Figura 16. Cecídias nas folhas mais arroxeadas do cajueiro-anão precoce.
Cigarrinha-das-inflorescências
O nome científico é Gypona sp. (Homoptera: Cicadelidae) e o inseto adulto mede cerca de 10 mm. Os machos são marrom-avemelhados e as fêmeas verde-claras. Os ovos são postos em grande quantidade nas nervuras das folhas e nos ramos das inflorescências. As ninfas e os adultos são encontrados nas inflorescências e brotações novas, produzem grande quantidade de mela, quando ocorrem em níveis populacionais elevados. Esses insetos preferem as estruturas florais antes e próximas da florescência.
Sintomas
A presença de insetos nas inflorescências, com possibilidade de ocorrer "mela", fumagina e seca das panículas.
Controle
O controle deverá ser feito utilizando apenas inseticidas registrados para o cajueiro.
Desfolhadores
Existem muitos insetos que se alimentam das folhas do cajueiro, causando sérios prejuízos aos produtores:
Lagarta véu-de-noiva
Thagona postropaea (Lepidoptera: Lymantriidae) é uma mariposa branca que mede 22 mm de envergadura e possui o corpo coberto de escamas, que se desprendem facilmente. A postura dos ovos realiza-se diretamente na folha, em fileiras. As lagartas, de coloração verde-clara, apresentam o corpo recoberto de pêlos longos e esverdeados.

Figura 17. Lagarta véu-de-noiva.
Lagarta-dos-cafezais
Eacles imperialis magnifica Walk (Lepidoptera: Attacidae): o inseto adulto é uma mariposa amarela com numerosos pontos escuros nas asas, que são cortadas por duas faixas de cor violeta-escura, apresentando ainda, duas manchas circulares da mesma cor. Fazem postura de ovos em grupo, sobre as folhas. Os ovos são de coloração amarela e seu período de incubação é de seis a 12 dias. As lagartas chegam a atingir de 80 a 100 mm de comprimento. Possuem coloração variável (verde, amarela, alaranjada e marrom). A transformação da lagarta em crisálida ocorre no solo.

Figura 18. Lagarta-dos-cafezais.
Lagarta-de-fogo, nome científico Megalopyge lanata Stoll - Cramer (Lepidoptera: Megalopygidae). Os adultos são mariposas que medem 70 mm de envergadura e têm o corpo robusto, de coloração preta e rósea. As fêmeas põem os ovos envoltos por uma camada de pêlos. Transformam-se em crisálidas nos troncos das árvores, protegidas por um casulo grande, quase circular, de mais ou menos 100 mm de diâmetro, de coloração acinzentada. Os ovos são colocados em massas recobertas por pêlos arrancados do próprio abdômen da mariposa. As lagartas, em seus estádios iniciais, são de coloração avermelhada e costumam ficar agrupadas. Quando totalmente desenvolvidas, possuem segmentos brancos, bem definidos, semelhantes a placas, e delineados por linhas pretas. De cada segmento saem tufos de pêlos urticantes. Também são conhecidas por taturanas, sussuranas ou lagartas-cabeludas .

Figura 19. Lagarta-de-fogo.
Lagarta-verde Cerodirphia rubripes Draudt (Lepidoptera: Hemileucidae): o adulto é uma mariposa de cor marrom-avermelhada, que mede de 100 a 110 mm de envergadura e possui nas asas anteriores duas listras mais escuras, bem distintas, no sentido transversal, e apenas uma listra na asa posterior. Os ovos são bastante duros, esféricos, de cor branca e apresentam um ponto negro no centro. As lagartas costumam ficar juntas e têm o hábito de formar fila indiana. Possuem cor verde-clara, passando a castanho na fase de pré-pupa.

Figura 20. Lagarta-verde.
Besouro-vermelho-do-cajueiro Crimissa cruralis Stal (Coleoptera: Chrysomelidae): os adultos possuem coloração vermelha, formato oval, medem cerca de 10 mm de comprimento e têm as pernas negras. A larva mede cerca de 20 mm de comprimento e possui cor verde-lodo. Apesar de apresentar movimentos lentos, a larva é bastante voraz, causando intensa redução das folhas. A fase de pupa acontece no solo, sempre na projeção da copa, especialmente nas proximidades do caule.

Figura 21. Besouro-vermelho do cajueiro-anão precoce.
Mané-magro Stiphra robusta Leitão (Orthoptera: Proscopiidae): trata-se de um inseto de aproximadamente 110 mm de comprimento, cujo aspecto assemelha-se a de um graveto; não possui asas e apresenta movimentos lentos.

Figura 22. Mané-magro.
Lagarta-saia-justa Cicinnus callipius Sch. (Lepidoptera: Mimallonidae): as lagartas, em seus primeiros estádios, ficam agrupadas na folhas, passando as últimas fases separadas, envolvidas em uma folha, que lhes serve de abrigo. As lagartas, quando totalmente desenvolvidas, medem 60 mm de comprimento, têm cabeça de cor preta e pró-tórax preto, com duas manchas brancas.
Sintomas
Para todos os desfolhadores, os principais sintomas são folhas danificadas e redução da área foliar.
Controle
O controle deverá ser feito quando a desfolha for de 60% na fase vegetativa da planta, e de 40% na fase reprodutiva da planta, utilizando-se apenas inseticidas registrados para o cajueiro.

Figura 23. Estádio inicial das Lagartas saia-justa, agregadas.

Figura 24. Pupa da lagarta saia-justa.
Fenologia e ocorrência de praga
O conhecimento da fenologia de uma espécie vegetal – que envolve os períodos e as características da brotação, da floração e da frutificação - é fundamental para a avaliação das exigências ecológicas, e para a determinação de um período apropriado no estabelecimento de um programa de monitoramento e controle de pragas e doenças. O cajueiro caracteriza-se por apresentar crescimento intermitente, isto é, que apresenta interrupções. A periodicidade pode manifestar-se em diferentes níveis de intensidade nas diversas fases do crescimento e desenvolvimento da planta, como queda de folhas, fluxo foliar, floração e frutificação. A ocorrência de algumas pragas está estreitamente relacionada às diversas fases de desenvolvimento do cajueiro. Algumas espécies têm preferência por tecidos jovens e tenros, enquanto outras por tecidos de meia idade ou mais fibrosas.
Tabela 1. Inseticidas registrados no MAPA para a cultura do caju.
Nome técnico Marca comercial

Dose/100L (g;ml;L)

Carência (dias)

Categoria toxicológica

Deltamethrin Decis 25 CE 200 7 III
Decis 50 CE 100/ha 7 IV
Triclorfon Dipterex 500 300 7 II
Fenitrothion Sumithion 500 CE 150 14 II



Autor(es): Antonio Lindemberg Martins Mesquita 
 





Um comentário:

  1. A maioria das fotos não abre (link quebrado, talvez). Se arrumado o erro, poderia eu ser avisado, no e-mail flechtma@bio.feis.unesp.br, informando-me também, por gentileza, também do endereço (link) daqui? Grato, Carlos

    ResponderExcluir